segunda-feira, 19 de maio de 2008

Entrevista com a Khrophus

Entrevista com a Khrophus

A Khrophus é uma das bandas mais antigas em atividades no estado, já fez shows ao lado de várias grandes bandas do Brasil e do Mundo, e após uma pausa de 4 anos, voltam com toda a força com novo line-up e com uma agenda cheia. Nessa entrevista, Adriano (único integrante original) conta um pouco sobre a trajetória de 15 anos da banda, sobre futuros projetos e demais assuntos ligados à banda e ao Metal.

Metal Legion: Primeiramente, gostaria de agradecer pelo tempo cedido para responder esta entrevista. A Khrophus já possui 15 anos de estrada, conte-nos um pouco sobre esta longa trajetória.

Adriano - É uma história muito longa de 15 anos, passando por altos e baixos, enfrentando problemas e ganhando experiência. Acho que cada momento valeu muito a pena, tanto os bons como os maus. Nossas viagens, onde conhecemos novas culturas, novas pessoas, foi um aprendizado e tanto. Começamos em 06/06/1993, e passamos por toda uma mudança na forma de como os materiais eram lançados e também nas formas de divulgação. Era um trabalho pra poder lançar uma fita K7, vinil então nem pensar... Hoje com o advento da internet e computadores muitos gravam e lançam materiais em casa... Não lembro quantas cartas eu escrevi, mas foram anos acumulando e respondendo uma a uma... Tenho todas guardadas... Agora tem o e-mail. Depois com o tempo as bandas grandes começaram a aparecer com mais freqüência no nosso país e a realidade aos poucos começou a mudar, hoje temos equipamentos acessíveis, shows e festivais em várias cidades, etc...

Depois de termos tocado com inúmeras bandas, e termos lançado nossa demo “tribulations”, os ventos mudaram de direção e começamos a tocar cada vez mais longe, totalizando 5 estados e 3 países. Tocamos com grandes bandas como Vader (Polônia), Incantation (Usa), Pandemia (República Tcheka), Iconoclasm (Bélgica), Funeral (Paraguai), Réquiem Aeternam (Uruguai), Sarkastika (Argentina), Lobotomy (Argentina), Nafak (Argentina), Krisiun, Angra, Genocídio, Comando Nuclear, entre muitas outras... Mas o tempo foi passando e descobrimos que existem mais coisas envolvidas que influenciam em muito as atividades de uma banda... Eu tive tendinite no meu ombro e braço direito, o que me fez afastar da guitarra por praticamente 2 anos. Nisso tivemos que dar uma pausa nas atividades da banda. Mas agora me sinto muito melhor, tanto fisicamente como psicologicamente, e aprendi muito com essa jornada toda. Daqui pra frente as coisas serão um pouco diferentes, mas a luta, o orgulho em defender uma bandeira sempre estará no nosso sangue.

Metal Legion: O que vocês consideram que foi o fator mais importante para que continuassem na ativa por tantos anos, mesmo com a pausa nas atividades de 2003 a 2007?

Adriano - Primeiramente tem que se gostar muito do que se está fazendo, pois ter uma banda não é brincadeira, principalmente pra nós que tentamos ser o mais profissional possível. Além disso, sempre tivemos apoio dos fãns que sempre nos incentivaram e muito, nos dando força nas horas adversas.

Metal Legion: Vocês planejam fazer algo especial em comemoração a esses 15 anos da banda?

Adriano - Sim, a data não poderia passar em branco. Nós fechamos 4 datas, que são:

Dia 07/06/2008 - Ascurra/SC - 3° Filhos do Metal Festival - Pavilhão da Per Tutti.
Dia 08/06/2008 - Biguaçu/SC – Khrophus 15th Birthday – Celeiro’s Beer
Dia 13/06/2008 - Gravataí/RS – 7º Storm Festival – Hangar 18
Dia 14/06/2008 - Criciúma/SC – XLIIIº Steel Festival – Associação União Mineira

Essas datas serão especiais para nós, não é todo dia que se faz 15 anos... e também faz parte da tour de divulgação do nosso EP “Symbols From Death”, que lançamos agora em Fevereiro/2008. Esse EP é uma prévia do CD que gravaremos no fim do ano e lançaremos no 1º semestre de 2009.

Metal Legion: Vocês voltaram aos palcos no ano passado depois de uma pausa de 4 anos, como foi ficar esse tempo todo parado e qual foi o motivo desta pausa?

Adriano - O motivo foi o problema com o meu braço, tive que ficar “de molho” por 2 anos, praticamente sem poder tocar, e após isso tive que mudar um pouco a minha maneira de tocar, as palhetadas, fazer exercícios de aquecimento, alongamento, etc.... Nesse ínterim aproveitei para estudar, terminei a faculdade, o que me ocupava o dia todo, trabalhar e estudar é muito puxado... A volta aos palcos foi tranqüila, tirando o nervosismo inicial...

Metal Legion: Como foi a escolha dos novos integrantes já que apenas o Adriano (Guitarra) permanece na banda desde a primeira formação?

Adriano - Convidei os antigos integrantes, que não puderam participar, cada qual com seus motivos. Mas a partir daí vi que tinha que escolher bem os novos integrantes, e escolhi a dedo o Alex Pazetto (Bass/Vocals - Vulkro) e o Carlos Fernandes (Drums - Ex-Brutal Butchery). Não poderia ter feito escolhas melhores, a dedicação deles à Khrophus é muitíssimo importante nesse processo.

Metal Legion: O último lançamento de vocês foi o EP “Symbols From Death” que contém 2 músicas, e foram todas gravadas de forma caseira, vocês já têm planos para um novo álbum?

Adriano - Na verdade a gravação não foi de forma caseira... O que fizemos foi gravar de forma “ao vivo” no AML Estúdio com Andrei Leão da banda Stormental, de Florianópolis. A mixagem e masterização ficaram a cargo do Alex e Khrophus. Já em relação ao novo álbum da Khrophus, estamos agendando a gravação para Novembro/2008 e provavelmente estaremos lançando no 1º semestre de 2009.

Metal Legion: Como a Khrophus está sendo recebida pelo público? Como os fãs antigos da banda estão recebendo vocês?

Adriano - O mais legal de tudo isso é que os fãns antigos aprovaram e incentivaram a nova formação. Mas agora onde tocamos estamos recebendo bastantes elogios, o que nos incentiva cada vez mais a melhorar... Lembrem-se que por termos uma longa história e um currículo extenso a cobrança também é grande, pois temos que fazer cada vez melhor e nos dedicar integralmente a banda.

Metal Legion: Vocês estão com uma agenda bem “cheia” neste ano de 2008, ou seja, estão tocando bastante e nos mais diversos lugares, com os mais diversos produtores. Com relação a isso, o que vocês estão achando da atual cena do Metal Catarinense?

Adriano - Eu acompanho o crescimento da cena catarinense desde o fim dos anos 80, e posso dizer com toda certeza que o cenário está na sua melhor atuação... Somos um estado privilegiado, onde temos bons espaços para o metal underground, temos open air’s, e um público muito louco, que curte muito... O nosso problema aqui é que não temos investidores (empresas que acreditem no nosso potencial, como existem em outros estados...), por isso fica difícil ter grandes bandas e eventos acontecendo por aqui, mas pensando bem, por um lado até é bom, pois a galera vai para os shows para prestigiar as bandas undergrounds, e isso incentiva muito, pode ter certeza.

Metal Legion: O primeiro cd da banda, apesar de ter sido lançado há 5 anos, ainda tem grande fama entre os apreciadores de Death Metal, tanto em SC quanto no Brasil e no exterior, o que vocês pensam a respeito? Quais são as expectativas de vocês quanto aos novos lançamentos? Esperam ter um reconhecimento parecido ou maior que o do primeiro álbum?

Adriano - Nós tínhamos a demo tape “tribulations” e divulgava-mos há bastante tempo, e quando conseguimos lançar o CD “God From The Dead Images”, as coisas mudaram da água pro vinho... Recebemos muitos convites para shows em vários estados e até países, e a coisa começou a engrenar, onde chegamos até a fazer 22 shows num único ano, o que para o underground de cinco anos atrás é até demais... Agora nossa responsabilidade é dobrada, pois temos que manter o nome da banda com uma boa gravação e músicas boas. É difícil medir o reconhecimento dos novos lançamentos porque a época é diferente, antes havia muito menos pessoas que curtiam metal, e tem também o lance da internet, que ajuda e atrapalha as bandas ao mesmo tempo. Ajuda porque divulga a banda, atrapalha, pois as pessoas se acostumam a ficar “pegando” música na net e não ajudam as bandas, principalmente as undergrounds, que precisam desse incentivo, pois não temos, infelizmente, no nosso país, um mercado consistente, temos sim um esporádico, onde a estrutura para eventos e apoio ao underground em si ainda não atingiu a maturidade. Lógico que hoje em dia está mil vezes melhor, mas ainda estamos bem atrasados. Esperamos que as pessoas possam curtir nossos novos lançamentos e se possível nos ajudar adquirindo os mesmos, que tenham certeza estará sendo feito com a alma, daremos sempre nosso sangue para que saia o melhor possível.

Metal Legion: A Khrophus possui além de 2 grandes músicos, 2 grandes produtores, que são o Alex e o Adriano, responsáveis por vários grandes shows em Florianópolis e região, vocês acham que isto atrapalha em algum ponto o trabalho de vocês com as bandas (Alex pertence também a banda Vulkro) ou não? Ou pelo contrário, isso dá ainda mais força para vocês continuarem com as bandas?

Adriano - Boa pergunta. Eu acho que ajuda muito, pois sempre temos angariado muitos contatos, o que fortalece sim o trabalho das nossas bandas, e a cena como um todo na nossa região. Pra quem não sabe, eu tenho a Brutal Productions e o Alex tem a Vooadera Metal Productions e atuamos em conjunto com as duas produtoras.

Metal Legion: Deixamos agora um espaço para as considerações finais, agradecemos a Khrophus por esta entrevista! Grande Abraço!

Adriano - Nós é que temos que agradecer você, Henrique, e ao Metal Legion pelo apoio que têm nos dado nessa empreitada. Queríamos também agradecer a todos que nos apóiam e incentivam, e aqueles que sempre estão nos nossos shows, e também as bandas e produtores. Aproveitamos para avisar que assim que o novo CD sair estamos preparando uma extensa tour pelo país e exterior para 2009 e 2010, e os produtores que quiserem entrar em contato para agendar datas ou saberem mais informações a respeito do nosso trabalho podem entrar em contato através dos seguintes endereços:

www.khrophus.com
khrophus@khrophus.com

R: Adão Schmidt, 31 (lado do nº 1.730) – Barreiros – São José/SC – CEP 88.117-261.
Fones: (0xx48) 3240-5450 (à noite) ou (0xx48) 9102-7057
A/C Adriano Ribeiro

Muito obrigado pela oportunidade, e até a próxima.

Entrevista feita por: Henrique Hoffmann Maurílio
Revisão: Carla Acordi

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Entrevista com a PowerSteel

Entrevista com a PowerSteel

A banda Catarinense PowerSteel já possui um nome considerável na cena Metal Catarinense, após vários shows pelo estado, algumas demos lançadas e seu “debut” divulgado na internet, tem conseguido um grande reconhecimento por parte do público e dos meios de comunicação especializados. Confira a entrevista que o Metal Legion realizou com Lauro (Guitarrista/Vocalista).

Metal Legion: A banda surgiu em 1999, como se deu esse início? Como foi o contato com os músicos e como surgiram as primeiras composições?

LAURO: Éramos três jovens amigos loucos por Heavy Metal e com um sonho em comum: ter uma banda e tocar metal assim como os nossos heróis faziam. Nessa época eu já havia estudado um pouco de harmonia e fui logo começando a compor as primeiras músicas da banda, portanto, o POWERSTEEL surgiu de um sonho, ao contrário de muitas bandas, nós não entramos no Metal pelo dinheiro ou pela fama e sim pelo coração!

Metal Legion: Vocês lançaram sua primeira demo “First Killing”, gravada no primeiro show da banda. Conte como ocorreu à gravação desta demo e como foi essa experiência.

LAURO: Foi pura coincidência, no primeiro show que fizemos na vida o cara da mesa estava gravando o festival inteiro então após o evento ouvimos a gravação do nosso show e escolhemos as músicas que ficaram com menos erros e fizemos nosso primeiro demo tape intitulado First Killing, a qualidade da gravação ficou muito ruim, mas de qualquer forma serviu para começarmos a divulgar a banda na época.

Metal Legion: Quais são as maiores influências musicais da banda e dos músicos individualmente?

LAURO: Eu o Rafael e o Fernando fazemos faculdade de música na UNIVALI, em Itajaí, no momento só o Rafael está cursando, eu e o Fernando estamos com o curso trancado por falta de verba e tempo, mas de qualquer forma somos músicos acima de tudo e temos gostos bem ecléticos, quando compomos algo para o POWERSTEEL exploramos mais nossas referências que condizem com o estilo da banda, tipo Metal Neo Clássico, True/Power Metal, Hard Rock e o rock clássico, já o Marcelo tem uma veia um pouco mais voltada para o Thrash/Speed Metal.

Metal Legion: Quais são os planos para 2008?

LAURO: Estamos com um Line-up novo e posso te garantir que o POWERSTEEL, na sua história, nunca havia tido músicos tão bons e comprometidos com a banda como agora. Assim fica muito mais fácil fazer planos, pois você sabe que os caras que estão do seu lado vestem a camisa e vão fazer de tudo para empurrar a banda para frente. Estamos com muitos contatos nos EUA e na EUROPA, e vamos batalhar para conseguir um tour fora do Brasil, também queremos lançar nosso Debut, recebemos uma proposta de um selo da Grécia que estamos analisando no momento e já começamos a compor material para o segundo CD da banda.

Metal Legion: Qual sua visão sobre a cena metal em Santa Catarina?

LAURO: Sinto que a cena catarinense está crescendo cada vez mais, porém ainda existem muitos que não estão dando o apoio que a cena merece, por exemplo, ainda existe aquele tipo de pessoa que vai a um evento underground e não entra, pois acha que o ingresso está muito caro e tem aquele outro tipo que só entra pra ficar analisando a banda sabe, pra ver se os guitarristas tocam bem, ou se o vocal é afinado e um monte de babaquices do tipo, mas quando a banda toca um cover do Iron ou do Helloween só falta gozar nas calças! Por outro lado existem os que realmente estão contribuindo para que a cena catarinense cresça como é o caso de vocês do Metal Legion que estão sempre abrindo espaço para as bandas daqui mostrarem o seu trabalho!

Metal Legion: O POWERSTEEL soa muitas vezes “anos 80”. Qual a relação da banda com essa época?

LAURO: É uma relação de respeito e admiração, como já disse antes nossos heróis são quase todos desta época, mas sabemos que os tempos são outros e não podemos ficar vivendo do passado e por isso nos fazemos com que nossas influências soem atuais, sem perder o feeling.

Metal Legion: Quando e como foi tomada a decisão de divulgar o debut álbum gratuitamente pela internet?

LAURO: Bom, assim que terminamos de gravar nosso debut álbum eu enviei várias cópias para selos no Brasil e a Marquee Records do Rio de Janeiro se interessou em lançá-lo, o Armando (Proprietário do selo) me ligou e prometeu várias coisas e tal só que era tudo mentira, nossa master está com ele há quase dois anos e nada aconteceu, nada de lançamento, então, como não tínhamos dinheiro para pagar a prensagem e lançar de forma independente, um amigo da banda sugeriu que divulgássemos no myspace e puséssemos um link para download do álbum no Orkut da banda, e que isso ajudaria na divulgação das musicas. Não deu outra, a resposta foi muito boa tanto no Brasil quanto na Europa e nos EUA, recebemos mensagens de rádios dos EUA, Alemanha, Grécia e Japão pedindo cópias do álbum para tocar em seus programas, e a música Metal Force tem feito bastante sucesso e tocado bastante lá fora. Também fomos convidados para participar da segunda edição do Heavy Metal Shock, que é um campeonato realizado no myspace com 12 bandas do mundo todo.

Metal Legion: Vocês adicionaram mais um guitarrista á formação do POWERSTEEL. Quando se viu necessária essa inclusão na banda?

LAURO: Na real o POWERSTEEL tem duas guitarras desde 2000, desde o início percebi que a banda soava bem melhor com duas guitarras, assim como a maioria das bandas deste estilo. Hoje em dia divido as guitarras com o excelente guitarrista Fernando Côrte e estou aprendendo muito com o Fernando, o cara é um autêntico Guitar Hero uns dos melhores que já vi tocar e a banda está crescendo muito com ele!

Metal Legion: As letras da banda chamam a atenção, elas trazem uma forte mensagem do metal. Quem faz as letras e, qual o valor delas para a banda e onde são inspiradas essas letras?

LAURO: Eu faço a maioria das letras, pois domino bem o inglês. Quanto á mensagem, sempre que uso o termo “warrior” numa letra do POWERSTEEL, eu não estou me referindo a um guerreiro medieval, e sim a um headbanger como eu, como você e como tantos outros que lutam por este estilo fantástico de música e de vida, mas que sofrem por morarem num país com uma cultura tão fútil, onde a maioria das pessoas sentem orgulho por serem o país do futebol e do carnaval e não perdem um capítulo do Big Brother!

Metal Legion: Como foi o processo de gravação do álbum?

LAURO: Foi cansativo e demorado. Como não tínhamos o dinheiro para gravarmos todo o álbum de uma única vez, tivemos que gravá-lo por partes, então gravávamos uma parte pagávamos e depois gravávamos outra, e assim foi por quase dois anos, mas graças à ajuda e a compreensão do nosso amigo e produtor Alexei Leão conseguimos enfim, concluir o nosso álbum.

Metal Legion: Por quais motivos ocorreu a “pausa” nos trabalhos do POWERSTEEL?

LAURO: Bem, como todos já estão cansados de saber, não é fácil ser uma banda de Heavy Metal no Brasil. O Emílo (Batera na época) morava em Taió, que ficava a 280 km de distância de Tijucas, onde o resto da banda residia e ensaiava. Então a situação para ele e a banda toda era muito complicada, pois toda vez que ele vinha ensaiar ou tocar havia uma despesa muito alta envolvida e como quase sempre não ganhávamos nada para tocar, naquela época o Emilio decidiu sair da banda e logo depois o Sidney (Baixista na época) também teve que sair por ter sido transferido para Joinville por causa do emprego, então a banda ficou parada por um tempo e neste período eu continuei procurando músicos para voltar aos palcos novamente com o POWERSTEEL.

Metal Legion: Como vocês foram recebidos depois de ficar um tempo sem tocar? Como foi a resposta do público após essa volta?

LAURO: A volta foi muito boa, tocamos em festivais muito legais como o Trento From Hell, o Tubarão Metal e o Great Steel, entre outros. O puúblico curtiu bastante nosso retorno, provando que o True metal ainda tem muita lenha para queimar!!!

Metal Legion: Agradecemos pela entrevista concedida, e deixamos aqui o nosso apoio à banda para que continue sempre forte na sua proposta mantendo o metal vivo. Deixamos este espaço para suas considerações finais.

LAURO: Em primeiro lugar quero agradecer o Metal Legion pela oportunidade dada ao POWERSTEEL de poder manter nossos amigos e fãs informados sobre a banda e pedir o apoio de todos para que possamos vencer a segunda edição do HEAVY METAL SHOCK e trazer esse título para Santa Catarina.

Para participar do campeonato e votar é só entrar neste endereço: http://www.myspace.com/raskal73
A partir de sexta o Rascal (organizador do evento) vai colocar uma mensagem no seu blog no myspace: "HEAVY METAL SHOCK 2 - VOTE HERE", daí é só entrar e votar! Também é possivel se increver no blog do Rascal e receber detalhes da competiçâo!

Entrevista feita por: Luiz Gustavo Coelho
Revisão: Carla Acordi

Entrevista com Haze In Flames

Entrevista com Haze In Flames

A Haze In Flames é uma banda de Rio Negrinho/SC, formada por membros aparentemente jovens, possui uma grande qualidade: executa seu Heavy Metal Tradicional nos moldes de bandas clássicas do estilo. Nessa conversa que tivemos com o guitarrista Ricardo Simetti, ele responde algumas curiosidades sobre a Demo e assuntos sobre a banda. Confira!

Metal Legion: Obrigado por ceder um tempo para esta entrevista. Conte um pouco para nós sobre a história da banda.

Haze In Flames: Bem, primeiramente venho agradecer o espaço concedido pelo Metal Legion á Haze in Flames, a banda tem cerca de 2 anos e meio e passou por algumas mudanças neste tempo com a entrada de novos integrantes, mas tendo sempre em mente manter sua linha musical. A história da Haze não é muito diferente das outras bandas, foi formada com o intuito de tocar músicas de bandas já consagradas e também evoluir assim como músicos. Com o passar do tempo os ensaios foram ficando sérios e já não bastavam tocar apenas covers, mas também era hora de começarmos a fazer nossas próprias musicas. Nesse tempo de banda tocamos em lugares voltados tanto para o metal como também não, mas sempre com a mesma idéia levar o heavy metal aonde for que seja, tocando nossas músicas e fazendo novas amizades com outras bandas.

Metal Legion: Vocês lançaram uma Demo este ano com o nome da banda, a Demo possui 2 músicas. Vocês têm planos para o lançamento de alguma outra Demo ou do primeiro disco? Alguma data prevista?

H. F.: Sim, temos inicialmente a idéia de lançar mais uma demo com quem sabe 3 músicas, ainda não temos data definida, mas já começamos a compor as novas musicas da Haze.

Metal Legion: O som da banda lembra um pouco de Iron Maiden e algumas outras bandas clássicas do Heavy Metal. Quais são as influências da banda?

H. F.: Seria irônico se não falasse que o Iron é uma forte influência pra banda, mas o legal da Haze é que cada um tem um gosto em particular dentro das várias vertentes do metal, o Junior (batera), por exemplo, é um apreciador “nato” de bandas de metal extremo, enquanto o Tiago (guitarra) é fã de carteirinha do Ozzy, e eu “Ricardo” (guitarra) escuto de tudo um pouco dentro do metal, mas sou viciado em Iron tendo o gosto quase que idêntico ao do Fabio (vocal) e do Jeverson (baixo) que curtem de tudo um pouco também.

Metal Legion: Como foi recebida a Demo pela mídia especializada e pelo público em geral?

H. F.: Bem, devido à falta de tempo até para divulgar não mandamos a demo para muitos meios de divulgação, mas pro pessoal que foi enviado o material a recepção foi bem boa, tanto em sites quanto o pessoal que foi no shows que tivemos a resposta da galera foi boa, se não por assim dizer ótima, pelo menos não ouvi reclamações hahaha.

Metal Legion: A demo conta com apenas 2 músicas, qual foi o motivo de colocarem apenas essas 2 músicas?

H. F.: Na época em que decidimos gravar, só tínhamos essas 2 músicas prontas, e também pela questão financeira, que bancar o estúdio mesmo que seja demo não foi nada fácil.

Metal Legion: Qual a avaliação que vocês fazem sobre a demo? Há algo que vocês acham que poderiam ter feito diferente?

H. F.: Por se tratar do primeiro trabalho gravado de todos acredito ter sido bem feito, foi acima das nossas expectativas, saiu melhor que a encomenda hahaha, nenhum de nós tinha noção de como seria gravar sabe, mas no final tudo deu certo e aí está ela pronta pra ser ouvida e criticada hahaha. Com relação a mudar algo acho que de minha parte mudaria alguma coisa nos meus solos, mas como disse por ter sido a primeira tá muito bom.

Metal Legion: Como foi o início da banda? Vocês montaram a banda como projeto, ou não? Quais problemas que vocês enfrentaram no início e no lançamento da Demo?

H. F.: Na verdade foi apenas como disse anteriormente, um bando de amigos se reunindo pra tocar as músicas que curtiam, mas com o tempo foi começando a ficar sério. Os problemas foram muitos e acredito que ate hoje existem, como o apoio para bandas desse estilo que ainda são muito discriminadas, ou você corre atrás ou acaba em nada. A questão mesmo até de ser ter bons instrumentos para ensaiar que são caros, mas que, aos poucos se dá um jeito hahaha. Já em relação á demo, foi de certa forma triste você chegar na porta de uma loja de cds ou até de uma radio local e ouvir um “não” bem daqueles, e ainda piadinhas do tipo: “isso não é musica e sim barulho!” , depois de você se empenhar tanto ali naquele trabalho, mas foram casos isolados, podemos dizer que temos muitos amigos que nos ajudaram e continuam a nos ajudar tudo com o intuito de ver a banda crescer.

Metal Legion: Pouco tempo depois de lançarem a demo o baterista Juliano saiu da banda. Qual foi o motivo? Vocês gravaram a demo sabendo que ele sairia após o lançamento?

H. F.: Isso foi um momento complicado devido a problemas internos e também á falta de interesse dele, tivemos de tomar uma decisão e ele acabou saindo, de certa forma não dá para negar, foi difícil, pois acima de tudo éramos muito amigos. A saída dele ocorreu após a gravação da demo, mas isso não foi algo proposital, jamais imaginamos que as coisas iriam caminhar por esse lado que caminhou, ele foi de extrema importância para a banda até aquele momento nos ajudou muito e de forma alguma usamos ele se assim se pode dizer, apesar dos pesares considero ainda ele como amigo.

Metal Legion: No MySpace de vocês há uma outra música “Welcome To The Valley Of Dead” que não está na demo, ela estará presente no próximo trabalho? Ela já existia antes do lançamento da Demo?

H. F.: Sim ela irá constar no próximo trabalho da Haze, ela começou a ser criada após a entrada do Jú na batera.

Metal Legion: A gravação dessa música vocês fizeram no mesmo estúdio onde gravaram a demo? Ela foi gravada com o novo baterista, certo? Como foi a adaptação dele à banda?

H. F.: Sim ela por incrível que pareça foi gravada em apenas 1 dia no mesmo estúdio no Tamandas Bass, em Mafra – SC, o Tamanduá, dono do estúdio é um ótimo produtor e já saca rápido quando queremos algo, provavelmente os outros trabalhos serão gravados com ele também. Essa nova música já começou a ser escrita com o Jú na banda, ele participou de todo processo de composição e gravação dela. A adaptação dele á banda foi ótima, é um músico criativo de muito talento, e uma pessoa sensacional acima de tudo, divertido, é daqueles que não deixa ninguém de mau-humor, sempre disposto a ajudar quem está a sua volta, foi a pessoa perfeita para a banda, com certeza ganhamos mais um amigo.

Metal Legion: Obrigado pela entrevista, deixo um espaço para as considerações finais. Parabéns pelo trabalho de vocês, sucesso! Obrigado! Metal Legion – SC.

H. F.: Novamente agradeço pelo espaço, e para este ano a Haze terá novidades, pois contaremos com o apoio da Delta Produtora, aproveito para mandar um abraço pro Alexandre que por um tempo vai cuidar da Haze in Flames, convido o pessoal que não conhece a banda ainda acessar os seguintes endereços:

www.hazeinflames.com
www.myspace.com/hazeinflames
Contato: ricardosimetti@hotmail.com ou 9934 4203 com Ricardo.

Um abraço a todos e vamos apoiar o metal catarinense que possui bandas de ótima qualidade, até a próxima!!!!

Entrevista feita por: Henrique Hoffmann Maurílio
Revisão: Carla Acordi

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Entrevista com a Infernal War 666

Entrevista com a Infernal War 666

A INFERNAL WAR 666 de Lages, foi formada em 2003 e ao longo desses anos tornou-se um grande nome do Black Metal Catarinense, tocando nos principais eventos do estado. Com membros que já passaram por outras grandes bandas, a INFERNAL WAR 666 está quase lançando seu primeiro álbum. O Metal Legion – SC realizou uma entrevista com a banda, na qual a mesma contou notícias, curiosidades e assuntos diversos. Confira!

Metal Legion: Obrigado por ceder um tempo para esta entrevista. A banda já está com as músicas gravadas, certo? Por quê o álbum ainda não saiu?

I.W.666: Inicialmente queremos agradecer pelo espaço que está sendo propiciado a INFERNAL WAR 666 no Metal Legion, isso contribui não só para manter a cena underground informada sobre nossas atividades mas também para divulgar e discutir idéias com as quais nos identificamos. Quanto ao lançamento do debut-CD da banda o que temos a comunicar é que deverá acontecer no próximo ano (2008), ao menos foi o que nos comunicou a Rapture Records. Os motivos que levam a uma certa demora do lançamento dizem respeito ao fato de haverem outras bandas que terão seus álbuns lançados e com as quais o selo acabou se comprometendo ao longo do processo de produção do nosso material, contudo, como já declarei anteriormente, isso tudo deverá estar resolvido até meados do próximo ano e o primeiro CD da IW666 estará disponível a todos aqueles que apreciem o True Black Metal.


Metal Legion: Qual vai ser o nome do álbum? A arte gráfica já está feita? Quem ficou encarregado da mesma?

I.W.666: Escolher o nome de um álbum é uma tarefa complexa, aliás, muito mais do que se imagina, já que o título deve ao mesmo tempo possuir um significado que se coadune ao contexto das músicas contidas no trabalho e, por outro lado, que possua uma linguagem que cause uma impressão positiva em meio ao público underground, não bastasse isso, ainda existe a necessidade de ser um título que esteja relacionado ao próprio direcionamento musical da banda. Esses pressupostos todos estiveram presentes quando iniciamos a discussão para definir o título de nosso primeiro CD, inicialmente pensamos em chamá-lo de “We are the True evil”, mas como o período de maturação do material, tanto gráfico quanto de áudio foi relativamente longo acabamos pensando melhor e definimos “Behind the black throne” como o título mais adequado aos nossos propósitos. A parte gráfica foi desenvolvida através de uma parceria firmada entre nosso guitarrista Pazuzu e a Nuclear Black Vengeance & Gasmaked Demons Graphics.


Metal Legion: Por quê do nome Infernal War 666? Este nome demonstra a ideologia seguida pela banda?

I.W.666: Antes de mais nada cabe ressaltar que a IW666 é uma banda de Black Metal e por se identificar com esse estilo e sua forma de pensamento, temos no Satanismo e em todo o seu arcabouço filosófico a inspiração e a ideologia que conforma o nosso modo de pensar o universo, a música e as letras que compomos. Essa ressalva é necessária para dirimir alguns equívocos em relação a nossa orientação musical que algumas vezes é confundida com War Metal ou NS Black Metal. No nome da horda já está explicitado a nossa proposta uma vez que declara a “Guerra Infernal” contra o pensamento dominante e vulgarizado na sociedade contemporânea amparado, diga-se de passagem, em uma base puramente cristã com todo seu conjunto dogmático que objetiva fundamentalmente fazer crer que as coisas são como são por vontade divina e que os seres humanos devem aceitar essa “decisão superior” e manter-se fiéis a seus princípios uma vez que o que importa de fato não é a vida que se leva nesse plano mas uma suposta existência superior em outro mundo. Tamanho disparate não apenas cega as pessoas como lhes tira a capacidade de mudar a realidade presente, já que a ordem mundana está definida a priori. Para amenizar essa postura estúpida do discurso cristão a Igreja, enquanto fonte desse pensamento introduziu a idéia de livre arbítrio que traz a ilusão de que cada um é responsável por sua própria salvação de acordo com seus atos nesse mundo, desse modo, ao mesmo tempo que “Deus” define as tarefas de cada ser humano lhe dá a possibilidade de salvar-se ou não, mas como isso seria possível se a vida de cada um de nós (feito fantoches de Deus) já está escrita? É contra esse discurso que idiotiza as pessoas que levantamos nossa voz e dizemos que não há paraíso, não há salvação, não se pode esperar nada melhor ou pior do que aquilo que vemos aqui todos os dias. As trevas onde a igreja lançou a figura de Satã, não como entidade material, mas como uma metáfora de opositor do Deus é onde realmente se encontra a luz que nos livra do pensamento dominante. Assim declaramos Guerra por ser um embate de idéias fomentado através das letras de nossas músicas; Essa “guerra” torna-se um embate Infernal por ser no satanismo de onde extraímos nossa linha ideológica. E por acreditarmos que o anticristo, representado pelo numero 666, significa a remissão do pensamento humano adotamos esse símbolo lingüístico para fechar a sentença que encerra o significado do nome da banda.


Metal Legion: Conte-nos um pouco sobre o processo de gravação e produção.

I.W.666: O material foi gravado durante um período relativamente longo, algo até atípico entre as bandas de metal extremo, já que ocupamos cerca de quatro meses entre fins de 2005 e inicio de 2006. Utilizamos na gravação o Estúdio X em Lages, o que em grande medida nos possibilitou esse período longo de gravações por ser em nossa cidade e por sermos amigos do pessoal do estúdio que teve uma paciência gigantesca conosco. As músicas gravadas em sua maioria foram compostas em 2005, logo depois da entrada de Baalbeherit e de Lord Black Wizard, contudo duas ou três eram de um período anterior. Utilizamos um sistema digital Pro-tools para fazer a gravação e a mixagem além de nossos equipamentos pessoais como amps, pedais, bateria, etc, o que de certa forma contribuiu para não alterar muito as características sonoras que se ouve ao vivo quando a banda faz shows. Terminadas as gravações iniciamos a mixagem que, por ser um trabalho complexo, levou algumas semanas para ser concluída, depois o material foi enviado ao Estúdio 1000 em Porto Alegre/RS onde foi novamente mixado e masterizado pelo Fábio Lentino da banda The Ordher. Durante esse período um sem número de idéias para a parte gráfica foram sendo desenvolvidas por Pazuzu, contudo, somente ficamos realmente satisfeitos com esse material quando nosso guitarrista se aliou ao Carlos (Gasmaked Demons Graphics) e conseguiram sintetizar as idéias em um trabalho gráfico de alto nível. Terminado esse processo o material foi enviado ao Ivan (Rapture Records) que de acordo com um contrato firmado entre a banda e o selo fará a prensagem dos CDs, a impressão da parte gráfica, a distribuição e a divulgação do trabalho.

Metal Legion: Sobre o processo de composição, vocês têm algum integrante específico para isso ou todos compõem? Qual a temática das letras?

I.W.666: Bem, as letras são compostas por nosso vocalista Armaggedda que tem uma grande facilidade em criá-las, isso se deve, penso eu, a sua imaginação insana que parece viver permanentemente em contato com as hostes infernais do submundo do espírito humano. A parte musical, por outro lado, já é um trabalho realizado coletivamente uma vez que procuramos aproveitar todas as idéias individuais em benefício de algo maior que é a sonoridade da IW666. A nossa forma de criação não segue um padrão rígido, embora vez ou outra, alguém já apresente uma música praticamente acabada, na maioria das vezes o que fazemos é reunir uma série de riffs organizando-os de tal forma que criem uma massa sonora que seja agradável aos nossos sentidos.


Metal Legion: Conte-nos um pouco sobre a história da banda.

I.W.666: Em 2003 Pazuzu e Armaggedda, depois de terem problemas com uma antiga banda da qual faziam parte, resolvem unir-se para formar uma horda que representasse o que há de mais obscuro e satânico dentro do True Black Metal. Reuniram-se então a outras pessoas e começaram a compor algumas músicas. Passado algum tempo, surgiram inúmeras dificuldades que iam desde a ausência de equipamentos para ensaiar até o desinteresse de alguns dos membros da banda em coadunar-se aos ideais aspirados pelos dois fundadores do intento nefasto já denominado Infernal War. Embora houvesse entraves na trajetória que percorriam, em momento algum Pazuzu e Armaggedda fraquejaram, fortalecendo com essa postura o núcleo ao redor do qual orbitaram muitas formações nos dois primeiros anos de existência da banda. Em 2004 a banda gravou seu primeiro registro sonoro, o Cd-Demo “Under Wings Demons of Hell”, esse petardo teve uma resposta positiva entre os apreciadores da corrente mais extrema do metal underground em todo país, inclusive com alguns exemplares sendo enviados para o exterior. À medida que a horda ia ganhando alguma representatividade dentro da cena extrema, novos membros foram sendo incorporados, desde que estivessem dispostos a enfrentar os desafios que estavam pela frente. Nesse ínterim, fui convidado a participar da banda e logo depois juntaram-se a nós Lord Wizard e Baalberith assumindo bateria e baixo respectivamente. Essa formação permanece unidas desde 2005 e, ao que tudo indica, o círculo infernal fechou-se dando origem a Infernal War 666.


Metal Legion: O baterista E. Lord Wizard toca também na Drakonian Age. Apenas ele possui algum projeto paralelo à Infernal War 666? Isso atrapalha em algum aspecto a banda?

I.W.666: Atualmente eu não sei exatamente como está a relação de Lord Wizard com a Drakonian Age, uma vez que ele raramente toca no assunto e, por tanto, eu não saberia dizer se ele ainda faz parte ou não daquela horda. Pazuzu andou envolvido com algumas bandas recentemente, mas, pelo que me consta, não está mais vinculado a nenhuma delas. Armaggedda está articulando a participação em um projeto junto com outros músicos aqui da cidade mas também não tenho maiores informações sobre isso. Eu e Baalbeherit participamos unicamente da INFERNAL WAR 666. Quanto a atrapalhar o andamento da banda eu penso que não, ao menos até hoje não percebemos nada que pudesse nos trazer algum prejuízo.

Metal Legion: Muitas bandas surgem a todo o momento. O que vocês acham da atual cena Black Metal no Sul do país e em SC? E da cena do Metal em geral?

I.W.666: Sim, você tem razão, surgem muitas bandas a todo momento e acredito que isso seja de extrema importância para a constante renovação e mesmo evolução do metal extremo em nosso país. Tenho observado que um grande número de bandas não conseguem ir muito longe por uma série de motivos, entre eles, o mais importante, na minha opinião, é a falta de motivação interna já que nem sempre os membros tem o mesmo ímpeto para enfrentar o grande número de dificuldades que se encontra na cena underground brasileira. As bandas que conseguem se manter ativas por três, quatro, ou mais anos já são vencedoras e merecem todo respeito. Um outro fator que contribui em grande medida para a liquidação de muitas hordas é o desrespeito que algumas pessoas têm pelo esforço que desenvolvem para enriquecer a cena underground. Nós mesmos já enfrentamos esse tipo de preconceito quando alguns sujeitos faziam campanhas de difamação contra nosso nome, como se isso fosse trazer algum benefício para o underground extremo. Algumas bandas e pessoas parecem estar acometidas de uma síndrome megalômana que as faz crer que é possível monopolizar o pensamento e a produção musical no underground e por pensarem assim, tudo e todos que não se alinham com esse pensamento acabam se tornando alvo da sua virulência e de seus desaforos. Em todos os estados brasileiros existem bandas que superam todas as dificuldades mantendo a chama do metal acesa, por outro lado, pessoas medíocres que pouco ou nada tem a acrescentar ao metal extremo ficam criticando essas iniciativas vitoriosas e semeando a discórdia na cena extrema de nosso país.


Metal Legion: Por quais bandas vocês são influenciados?

I.W.666: É difícil responder já que todos nós gostamos de coisas bastante diferentes, que vão desde bandas dos anos 70 e 80 até coisas mais recentes. Eu, por possuir mais idade que os outros membros da IW666 (tenho 40 anos), assisti, pode-se dizer, o surgimento do Death, Doom e Black metal, já que esses estilos se desenvolveram a partir dos últimos anos da década de 80 vindo a se firmarem na década de 90, contudo, quando comecei a ouvir música, digamos, não comercial, o que se tinha para ouvir era Heavy Metal que na época (por volta de 1982) era um estilo relativamente novo. As velhas bandas da década anterior ainda estavam ativas, mas para nós que começávamos a ouvir metal o importante era o que na época era novidade. Na primeira metade dos anos 80 bandas como Mercyfull Fate, Exciter, Venom, Slayer, Trouble, Metalica, Candlemass, Sabbat, Anvil, VoiVod começavam a se tornar conhecidas, as “old Heavy bands” como Black Sabath e Judas Priest ainda tinham a hegemonia dos corações e mentes dos bangers mais isso era só o prenúncio do que estava por vir. Na segunda metade dessa gloriosa década e nos primeiros anos da década seguinte surgiriam Mayhem, Darkthrone, Dimmu Borgir, Rotting Christ, Impaled Nazarene e centenas de outras bandas que representavam a “Revolução do Heavy Metal” inaugurando novos estilos como os que eu já citei. Em meio a esse contexto cada um de nós foi criando suas influências que hoje se refletem em nossa produção musical e seria até injusto citar essa ou aquela banda como influência já que o mosaico que se formou em nosso espírito por conta de heterogeneidade de bandas que nos influenciaram é extenso demais para resumir-se em citações.


Metal Legion: Vocês já tocaram aqui em Criciúma, no Steel Festival no ano de 2005, qual foi a experiência? O que vocês acham dos festivais, a exemplo do Steel, que ocorrem aqui no estado? O quê tem que melhorar? Estão bons?

I.W.666: Devo dizer que o Steel Festival, ao menos em minha opinião, é algo que foge a regra tanto pela estrutura (local, palco, equipamento, público, etc) como pelo cast organizado para apresentar-se no evento. É relativamente raro que bandas de metal extremo sejam valorizadas com pelo menos uma boa estrutura de palco como a que encontramos no Steel Festival, a regra, em geral, é equipamentos de péssima qualidade, som ruim, iluminação praticamente inexistente, palcos minúsculos e improvisados, etc. Isso não só prejudica o desempenho das bandas como causa uma péssima impressão no público. Admiro e respeito às pessoas que organizam shows uma vez que as bandas dependem desse tipo de evento para apresentarem seus trabalhos. Contudo, já que as bandas geralmente não recebem cachê por suas apresentações, o mínimo que os organizadores deveriam propiciar é condições materiais melhores para as bandas. Temos notado, por outro lado, que alguns festivais estão investindo nesse tipo de estrutura, como por exemplo, o Brusque In Flames que em sua terceira edição ofereceu uma estrutura surpreendente.


Metal Legion: Muito obrigado pela entrevista, deixo agora um espaço para a banda deixar um recado para os visitantes do Metal Legion – SC, Abraço! E até a próxima.

I.W.666: Agradecemos mais uma vez o espaço e desejamos vida longa a esse trabalho que vocês realizam e que contribui decisivamente para o crescimento da cena underground extrema de Santa Catarina e do Brasil....


Entrevista feita por: Henrique Hoffmann Maurílio
Revisão: Carla Acordi

Entrevista com a Mindborn

Entrevista com a Mindborn

FEITA ORIGINALMENTE EM 10 DE OUTUBRO DE 2007

O Mindborn surgiu no ano de 2007, em Florianópolis. Uma banda de Thrash Metal “Moderno”, que em pouco tempo já está fazendo shows pelo estado, e quase lançando seu primeiro álbum. Tivemos uma conversa com Guilherme Ferreira, baixista e manager da banda, na qual ele falou um pouco sobre a banda.


Metal Legion: Como foi o processo de gravação do single “Born Again”?


Guilherme: Foi uma experiência incrível! Foi tudo meio corrido, a banda tinha pouco mais de 3 meses de vida, e já estávamos entrando em estúdio para a gravação do single. O Daniel (guitarra) havia entrado na banda apenas 2 semanas antes de iniciarmos as gravações, o cara se dedicou bastante pra pegar as músicas, foi uma verdadeira demonstração de dedicação, e que ele estava vestindo a camisa mesmo.

Como o estúdio fica em uma cidade cerca a de 160 km de Florianópolis, gravamos apenas durante os finais de semana, o que atrasou um pouco nosso cronograma. Felizmente, todo o processo foi bastante descontraído, o Deny (proprietário do estúdio) nos deu alguns toques bem legais, com certeza ele tem sua parte no resultado final, que considerei muito bom. A produção ficou por minha conta, juntamente com o Felipe (bateria), já tínhamos uma idéia do que queríamos, e bastou colocá-las em prática.


M.L.: Como a banda foi formada?


G.: Começamos meio que como um projeto, pois eu e o Felipe integrávamos outras bandas (Liberty Expression e Aldren Liebe, respectivamente). Tudo começou através de uma conversa no Gtalk, e a proposta inicial era fazermos um som mais moderno e pesado. Chamamos o André Mueller (ex-Anatriz) e o Rick Lopes (ex-Neverlasting, ex-Nevralgia) e formamos a banda. Deu tudo tão certo, as coisas foram acontecendo de uma forma tão rápida e direta que acabamos largando nossas bandas e nos dedicando apenas à Mindborn. Estamos realmente apostando nisso.
Mais tarde aconteceram algumas trocas de integrantes, como a saída do Rick e a entrada do Daniel Carvalho (ex-Érebo & Nix) e mais recentemente do Marcelo Rosa (ex-Negralgia).


M.L.: Quais são os temas abordados nas letras das músicas?


G.: Cara, eu escrevo a maioria das letras com a ajuda do André Mueller (afinal, o cara é professor de inglês né!). Geralmente eu expresso coisas que estou sentindo naquele momento, mas não de uma maneira particular. Tento fazer com que a pessoa, ao ouvir a música, se identifique com ela, saca? Procuro adaptar as letras nas partes certas, não gosto de simplesmente escrever qualquer coisa e “tentar” encaixar. Como eu componho as melodias vocais e também participo do processo de composição da música em si, procuro criar letras que tenham a ver com o instrumental. Eu penso “o que esta parte está pedindo?”, “Nessa escala acho melhor colocar algo mais triste, ou mais alegre”, sabe?
Geralmente as letras expressam sentimentos de raiva, amor, decepção, enfim, sentimentos do dia a dia, que todos nós temos de conviver em nossas vidas.


M.L.: Quais são suas influências?


G.: Muitas!!! Tenho influências de todo tipo de música. Acho que quando se faz algo com sinceridade e sentimentos verdadeiros, fica bom. Por isso não gosto de me restringir a nenhum estilo.
Minhas maiores influências são o Dream Theater, Dave Matthews Band, Nevermore, Death, Testament, Soilwork, Beatles... enfim, é bem variado!
Ultimamente tenho ouvido bastante Stone Sour, Strapping Young Lad, System of a Down, Killswitch Engaged, Trivium, Disturbed, Bullet for my Valentine, coisas desse tipo.


M.L.: A banda executa um estilo “moderno”, digamos assim, e muitas pessoas não gostam desse estilo de metal, como vocês lidam com isso?


G.: Cara, é complicado!!!! Até mesmo dentro da banda, sendo que o Daniel e o André são mais “Old School”, e eu e o Felipe somos mais moderninhos... sempre dava empate, enquanto eu e o Felipe queríamos tocar um cover de Slipknot ou System of a Down, os dois queriam Megadeth ou Testament. Ainda bem que o Marcelo chegou, e ele é dos moderninhos também (rsrs)!!!
Enfim cara... acho que o pessoal está abrindo a cabeça, vendo que algo “moderno” não é necessariamente ruim. Tenho muitos amigos mais “extremos” que vêm elogiar nossas músicas, e isso é muito satisfatório. A galera canta junto, eu encontro o pessoal na rua e as pessoas vem cantarolando na minha direção “You leave a trail of pain and sorrow...” e elogiam nosso som. Porra, é bom demais isso cara!!! Muito gratificante!
A tendência é seguir por esse caminho mesmo, moderno, pesado e direto. Uma proposta meio diferente do que habitualmente costumamos ver por aqui.


M.L.: Vocês são uma banda que começaram há pouco tempo e já estão com um nome grande, fazendo shows pelo estado. Como vocês conseguiram tamanho reconhecimento em tão pouco tempo?


G.: Trabalho duro e honestidade!! Essa é a receita! Estamos correndo atrás como loucos, tentando entrar em tudo que é festival ou evento. Encaramos a banda como uma “empresa”, que necessita de investimento e promoção. Temos um plano definido e uma estratégia de marketing, e acho que os resultados vêm sendo ótimos! A repercussão está muito além do que imaginávamos para uma banda com menos de 1 ano de vida.
Outro ponto forte na divulgação foi a liberação para download do single “Born Again” em nosso site e no nosso myspace.


M.L.: Como foram as críticas recebidas em relação ao primeiro trabalho “Born Again”?


G.: Surpreendentes!! A aceitação está sendo acima do que esperávamos, a galera esta curtindo mesmo!! A mídia especializada tem nos elogiado bastante, pelo nível das composições e pela qualidade da gravação.
Confesso que ficamos com um pé atrás antes de lançarmos, por ser algo diferente do que se vinha fazendo até então. Estávamos apreensivos com a resposta do público, porém, tínhamos a certeza de que se nos dedicássemos de corpo e alma, o resultado agradaria a todos. E pelo visto, é isso que vem acontecendo.

M.L.: Como estão os preparativos para o CD que tem previsão para lançamento no início de 2008?


G.: Uma correria total!! Não estamos conseguindo nos concentrar na finalização dos arranjos das músicas, queremos gravar uma pré-produção este ano ainda, porém, nossa agenda está apertada! Temos quase 10 shows até o final do ano, e não nos sobra muito tempo para nos concentrarmos na produção.
Entraremos em estúdio na segunda quinzena de janeiro, e esperamos ter o CD em mãos até Abril.


M.L.: Vocês já conseguiram grandes shows, como a abertura para o Jeff Scott Soto e ao lado da banda Almah, ambos em outubro. Pelo fato de serem grandes, Almah está entre as maiores do país e Jeff Scott Soto um dos maiores vocalistas do mundo, o quê vocês esperam dos shows?


G.: Temos a certeza de que estas duas apresentações abrirão muitas portas para a Mindborn. Além de chamarem um grande público, são artistas extremamente respeitados no meio musical, e será uma honra tocarmos com esses caras. Particularmente sou muito fã do Jeff Scott Soto, e estou muito feliz em poder dividir o palco com ele!

M.L.: Como está a aceitação por parte do público?


G.: Maravilhosa!! Em nossos shows, na internet, estamos sendo muito elogiados. Nosso myspace está sendo bastante visitado, e temos um grande público na Europa e nos Estados Unidos, o que nos deixa entusiasmados.


M.L.: Encerramos a entrevista deixando um espaço para a banda deixar um recado para os leitores do blog, muito obrigado, Metal Legion – SC.


G.: Gostaria de agradecer à equipe da Metal Legion pelo espaço cedido, pela oportunidade de estarmos divulgando a Mindborn. Gostaria de agradecer a todos que vêm nos apoiando, muito obrigado mesmo!! Vocês são muito importantes pra nós!

E para quem ainda não conhece a banda, não deixe de acessar nosso site: www.mindborn.com.br ou nosso myspace: www.myspace.com/mindborn . Você pode baixar nosso single completo totalmente grátis!

Um grande abraço, valeu!

Entrevista feita por: Henrique Hoffmann Maurílio
Revisão: Carla Acordi